(Por: Mariano Andrade)
“Não vai
ter golpe”. Este é o novo brado dos petistas, dos “intelectuais” e daqueles que
participam dos protestos pró-Dilma mediante pagamento e lanchinho. A própria
presidente vem usando o bordão em todos os seus discursos desde que sentiu que
realmente seu cargo está ameaçado por todos os flancos possíveis.
A maior
ironia é que já houve golpe. Ou melhor: golpes, no plural. E todos eles
perpetrados pelo PT. Surpreso? Então o bonde da História passou e você não
percebeu.
O primeiro
golpe petista foi usurpar o “Bolsa Escola”, programa iniciado no governo FHC e
com regra objetiva de eligibilidade: criança na escola. O PT encampou a autoria
do programa, deu-lhe novo nome, alardeou o “Bolsa Família” aos quatro
ventos e conferiu-lhe proporções paquidérmicas. Criou um assistencialismo sistêmico e contraproducente, desincentivando a busca pelo emprego e pela capacitação. Convenientemente,
tornou os milhões de beneficiários dependentes do estado e com isso comprou seu
voto nas eleições seguintes.
O golpe
seguinte foi o mensalão. Segundo o Wikipedia, tratou-se de “escândalo de
corrupção política mediante compra de votos de parlamentares no Congresso
Nacional do Brasil”. Falhamos grosseiramente como República: como pôde um governo que
engendrou este esquema manter-se no poder? Pior: foi reeleito, já que seu
messiânico líder “não sabia de nada”. Golpe triplo: golpe nas finanças
público/partidárias, golpe nas instituições e golpe na moralidade.
Seguiram-se
golpezinhos aqui e ali. Compras de medidas provisórias, venda de empresa para
conglomerados telefônicos, e outros. Coisa pouca, nem merecem maiores
comentários. No meio do caminho, elegeu-se um poste.
Eis que, em
2014, veio outro grande golpe: o maior estelionato eleitoral do século. Dilma,
candidata à reeleição, foi a público diversas vezes afirmar – dentre outras
coisas – que a inflação estava controlada, que a conta de luz não aumentaria,
que seu governo mandava investigar “doa a quem doer” e tantas outras mentiras
premeditadas. Na esteira de um “Bolsa País”, lançando mão de terrorismo
eleitoral e contando com uma tardia adesão do messias Lula à sua campanha,
Dilma se reelegeu. Mas bastaram apenas três meses para a máscara cair com a escalada da operação
Lava-Jato, a explosão da inflação e do desemprego e uma recessão “nunca antes
vista na História desse país”.
E agora? Não bastasse a gestão temerária, há inúmeras evidências de dinheiro ilegal nas
campanhas, e tantos outros “malfeitos” que tornam o governo de Dilma insustentável. Os
poderes judiciário e legislativo, na melhor forma de exercício de sua independência, seguem os ritos necessários para interromper um governo que não goza mais de moral.
Ritos estes previstos na Constituição. Onde está o golpe?
Os petistas
e seus boçais simpatizantes deveriam ouvir o que disse o ex-camarada (agora coxinha?) Roberto Freire na instalação
da comissão do impeachment. Lembrou aos petistas que o PT clamou pelo
impeachment de Collor, depois pelo impeachment de Itamar e por fim de FHC, sempre invocando um mecanismo constante da Constituição. Este mesmo mecanismo
é golpe agora? – perguntou Freire.
Esquecem os
petistas – e principalmente Dilma – que o poder emana do povo e em seu nome é
exercido. Dilma e PT têm reprovação de 70% da população e, portanto, não
representam mais a sociedade. Dilma perdeu várias oportunidades de renunciar
com dignidade, sairá do governo pela porta do fundos e passará para a História
como uma personagem cômica, aquela que estocava vento e que envergonhava sua
nação. E pensava-se que vergonha era o Tiririca...
O que fazem então os petistas? Tentam aplicar novo golpe e criam a cortina de fumaça do "não vai ter golpe" na melhor escola Goebbels. A verdade é que, mais uma vez, na 13ª hora (número maldito!) surge
Lula-messias para se abraçar ao governo. Esse grandioso desejo de colaborar
tem, para qualquer observador com meio neurônio, dupla finalidade: escapar da
cadeia (a investigação “doeu” nele) e tentar articular alguma governabilidade
para Dilma (sabe-se lá a que custo para o erário) de modo que a farra petista ganha alguma sobrevida.
Acontece
que a sociedade cansa. O legislativo cansa. O judiciário cansa. Um golpe atrás
do outro cansa. Dessa vez, não vai ter golpe mesmo. A sociedade não aceitará
mais um golpe do PT.
A sociedade, esta sim, é que vai aplicar um golpe. Um golpe que mostre que a Constituição ainda vigora e
que, sim, o poder emana do povo. Um golpe que fortaleça nossas instituições
acima de qualquer partido ou cidadão. Um golpe que acabe de vez com partidos e
políticos que se vestem de uma ideologia falida para esconder sua verdadeira
agenda.
Pensando
bem, não vai ter golpe. Vai ter um ippon.
Comments
Post a Comment