(Por: Mariano Andrade)
O
cheirinho de hepta está no ar... Não, ele não se dissipou depois do empate do
Flamengo com o São Paulo. Na verdade, o cheirinho ficou mais forte no último
fim de semana.
É
o cheiro do hepta da cidade do Rio de Janeiro! O heptacampeonato de pior eleitorado das galáxias. Um povo demente que não entende que as
escolhas de hoje terão consequências por vários amanhãs. Um bando de
desmiolados que gosta de politizar até eleição de síndico e comodoro. Uma
cidade que, mesmo passados 56 anos, ainda tem ranço de ser ex-capital.
Exagero?
Então vejamos o rol de títulos.
O
estado, com expressiva ajuda dos cariocas, elegeu Garotinho em 1998, Garotinha
em 2002, e Cabralzinho duas vezes, em 2006 e 2010. Para a prefeitura, a cidade conseguiu
façanhas à altura, escolhendo Saturnino em 1985 e Benedita em 1992. Somos hexa!
(Pausa:
nem se computa aqui o bicampeonato do desastroso Leonel Brizola para não “bater
em morto”)
E
agora com Freixo temos a chance de levar o hepta. Já pensaram? Marcelo Freixo,
um candidato que defende black blocs (quando conveniente), desarmamento da polícia, sexualização da
educação, criação de novas secretarias... sem falar nas ideias
comunistas do século XIX, aquelas que deram tão certo na Venezuela, em Cuba e
na Coréia do Norte.
Freixo
não respeita a propriedade privada, afirma que a quebradeira anárquica dos
black blocs é um “movimento legítimo”. Max Weber preconizou que “o Estado é o
ente que detém monopólio da violência legítima”. Freixo discorda, acha que
qualquer causa idiótica legitimiza a violência – ou seja, não concorda com o
conceito de Estado. Portanto, concorre para um cargo que considera inútil. Você, eleitor de Freixo, é mera massa de manobra.
Freixo
paz e amor entende que de nada adianta prender um bandido. Ou seja, todos os países do mundo estão
errados em ter um código penal e um sistema prisional, e o Rio de Janeiro vai
mostrar para todos como se combate violência com inclusão social. Esta é uma piada melhor do que qualquer das
memes sobre o candidato que viralizaram nas redes sociais. Se pudesse, Freixo
soltaria todos os bandidos presos, ele defende anistia. Soltaria desde Beira-Mar
até o camarada Palocci, tornando o experimento ainda mais “cool”. Em seu primeiro ato, caso seja eleito, Freixo poderia
decretar luto oficial pela morte recente de Fat Family, mais uma vítima da
sociedade.
Em
terras opressoras, funciona diferente. Nova Iorque consertou a violência urbana
com a política de tolerância zero de Rudolph Giuliani. Quem pichava o muro, ia
para a delegacia passar uma noite. Idem quem pulava a roleta do metrô. Isso
constrangia o delinquente perante sua família e o desmotivava a seguir na
carreira do crime. Funcionou... e como funcionou. A segurança levou mais
negócios e turistas à cidade, que hoje contabiliza 60 milhões de visitantes por
ano, sendo 12 milhões de estrangeiros.
E como seria o Rio de Janeiro de Freixo e de suas ideias malucas de segurança pública?
Combater violência urbana com mais iluminação pública e menos polícia soa como
plataforma do século XIX ou de vilarejo na Finlândia. A única segurança desta
sandice é que vai, seguramente, acabar de vez com o turismo na cidade. Quem já
assistiu ao filme-B “The Purge” tem uma ideia de como será o cotidiano carioca
com Freixo no ”comando”.
As
alas “do bem” esquecem que o bandido de 10 anos de idade, que já pega em armas
e mata, é produto das políticas “progressistas” dos 13 anos de PT. Este sujeito
não viveu sob a opressão de partidos de direita no governo federal, servindo de
evidência empírica quase imaculada para desconstruir a tese de que inclusão social – por si só
– serve de receita ou remédio para a questão da violência urbana... É frouxidão,
com trocadilho.
O
discurso descolado de Freixo enganou até o bobalhão do Capitão Nascimento...
talvez não o capitão da vida real, mas o do filme – Wagner Moura – não se cansa
de rasgar seda pro candidato. Ah, o Rio,
capital da cultura e seus intelectuais de vanguarda, sempre apressados para abraçar publicamente
e vocalmente o que há de pior. O capitão personagem é bem mais esclarecido.
É
um milagre que cidade e estado ainda funcionem, mesmo que mal e porcamente,
após tantos danos impingidos por seu eleitorado boçal. Que outra sociedade
teria resistido a um retrospecto como o do nosso hexa?
Mas
será que o Rio aguenta o hepta? "E o ai, Jesus"... seria um desgosto
profundo.
(P.S. torcendo apenas para o hepta do Mengão)
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